domingo, 19 de maio de 2013

NaturalMente

– Alôw, Márcio?
– Oi.
– Aposto que você não sabe quem está falando?!
Ele pensou “sua voz é inesquecível” mas falou:
– Sua voz é inconfundível, Joanna.
– Como é que você está?
– Melhor agora, ouvindo a sua voz…
– Ai que galanteador. Olha, eu preciso te falar uma coisa…
Márcio sentiu o mundo parar e começar a girar ao contrário, o tempo voltando. Voltando no tempo. Mas como um mero espectador que rebobina uma fita de vídeo. Até o ponto em que viu Joanna pela primeira vez.

Estava na poltrona 23 do ônibus Rio x Parati. Saída: 05:30. Rodoviária Novo Rio. Ela passava embrulhada por um monte de mochilas e bolsas, seguindo para a poltrona 34. Parou bem à sua frente, porque uma senhora “trancava” o corredor, uma vez que não lembrava se os óculos estavam na bolsa ou não. Ele estava distraído – e com sono – organizava suas coisas quando percebeu que alguém havia parado ali e olhava pra ele. Ficou um tanto incomodado e olhou na direção dela. Encontrou um par de olhos azuis que se destacavam naquela garota que tentava equilibrar bolsas, mochila e sacolas. Ela tinha os olhos que poderiam parecer tristes pra qualquer pessoa que o visse pela primeira vez, mas pra ele transmitiu serenidade. Mas agora esses olhos miravam na poltrona ao lado. Ela voltou a olhar pra ele, e de novo pro seu lado, ele percebeu um breve abrir de boca, num ar de surpresa. Olhou, curioso pra saber o que a teria interessado tanto. Era a edição que mais parecia uma revista de tão fino do conto “My Life in the Bull Ring with Donald Ogden Stewart, de Ernest Hemingway”, que estava por cima do discman e duas revistas.
Ela voltou a olhar pra ele e então seguiu pelo corredor. Ele ainda se inclinou um pouco virou a cabeça, procurando onde ela ia se sentar e achou graça quando a encontrou, toda atrapalhada tentando arrumar com aquele monte de coisas. Riu e achou melhor voltar a se preocupar com sua própria bagunça.

O ônibus seguia pela Rio-Santos e Márcio dormia com o livro caído, aberto em cima do peito. De repente abriu os olhos devagar e teve que se controlar pra não gritar com o susto de ver a garota sentada ali, ao seu lado, estudando-o. Quando viu que ele abriu os olhos, ela deu um sorriso tímido.
– Incomodo?
– A beleza nunca incomoda – ele disse, enquanto se endireitava na poltrona.
– Posso? – ela perguntou sem esperar pela resposta, se inclinou um pouco pegou o livro de Márcio. Olhou a capa, alisando-a como se fosse uma pintura. Passeou pelas primeiras páginas. Seus olhos brilhavam.
– Cara … mba. Como é que você já tem esse conto dele? É inédito!
– Trabalho numa livraria. Essa é uma edição especial e como você vê, é original. A edição traduzida só deve sair em uns 4 meses. Mas como sabe que é inédito?
– Porque eu já li tudo dele! – ela parece um pouco relutante mas devolve o livro ao dono – Ai, não vou agüentar esperar isso tudo…
– Se souber inglês, de repente eu posso até te emprestar.
– I say and I read some thing. I don’t leave myself very badly?
– Hum, it is not so bad? Te empresto assim que terminar. Mesmo achando que não deveria confiar uma raridade dessas a uma estranha que senta ao meu lado no meio da viagem e fica me espiando enquanto durmo…
– Ai desculpa. Meu nome é Joanna. E eu não costumo fazer esse tipo de coisa. Mas quando vi que você estava lendo Hemingway, tive certeza de que era gente boa. Embora, também não te conheça.
– Prazer, Márcio.
Os dois riram da graça da situação.
– Não vou te perturbar mais – ela se mexeu, indicando que ia levantar.
– Já disse que beleza nunca incomoda. Vem sempre pra Parati?
– É a terceira vez. Vim com uns amigos. E você?
– Já conheço Parati há algum tempo. Mas meu destino é Trindade. Conhece?
– Só de nome. Não é lá que tem a Praia dos pelados?
– É, lá tem praia naturista.
– Tae, tenho curiosidade de ver como funciona.
– Acho que não tem muito “de como funciona”. É só ficar sem roupa.
– Pra mim é super natural. É uma situação bem diferente.
– Diria muito diferente. Vocês vão ficar aonde, em Parati?
– Num hotelzinho bacana que a gente descobriu, perto do centro. Mas o quê mais tem nessa Trindade?
– O Paraíso… E mais um monte de coisas. O Caixadaço, a praia do meio, a “pedra que engole”, fora o pessoal que freqüenta. Sempre aparece um maluco gritando: ninguém dorme! às três, quatro da manhã, outros gritando Maria!. Mas acho que não tem como explicar. Só conhecendo.
– Quem sabe… Então, vou te deixar sossegado pra poder terminar de ler senão você não me empresta. Tchau.
– Tchau…

Duas horas depois, o ônibus chega ao seu destino. Márcio desce rapidamente e caminha até um bar e pede uma coca-cola enquanto acende um cigarro. Joanna aparece na porta do ônibus e logo depois surge o resto do grupo, que tem mais duas garotas e dois casais. Eles param na calçada, jogando as bolsas e mochilas no chão, formando uma estranha pilha. Márcio acena e ela corre até onde ele está. Ele lhe entrega o livro.
– Mas como vou fazer pra ter o livro de volta?
Ela escreve num guardanapo e entrega a ele.
– Você pode me ligar – ela agora repara na bagagem dele – Ou podia me seqüestrar e levar junto com você… senão estivesse indo acampar… eu sou alergia à picada de mosquitos.
– Hum, não me tente, Joanna. Além do que, eu tenho um ótimo repelente aqui.
– Deve ser legal. Mas eu tenho que correr que o povo está cheio de pressa. A gente se vê no Rio. Espero que você tenha um bom fim de semana.
Ela se aproxima e o beija no rosto, se despedindo.
– Eu também tenho que correr porque o ônibus deve sair logo. Curta bastante Paraty. Mas se quiser mesmo aparecer por lá, fique à vontade. Nessa época está bem vazia e é bem fácil de me encontrar na Praia do Meio. Tchau.

Márcio segue seu caminho, pensando se vai voltar ou não a ver o livro. A ver Joanna. E no esporro do chefe, se não voltasse a ver o livro. Fora o desconto do mesmo no salário, no fim do mês.
O ônibus ainda demoraria mais 20 minutos, segundo o motorista. Márcio se acomodou numa poltrona junto à janela, pegou o discman na mochila, apertou o play e fechou os olhos. Tentou relaxar ao som da música, mas os olhos de Joanna não saiam de sua mente. O problema é que além dos olhos, agora tinha a boca, as mãos, as pernas… Sacudiu a cabeça, tentando distrair o pensamento. Um pouco depois, notou que alguém se sentou na poltrona ao seu lado. Ficou curioso pra saber quem seria seu vizinho de viagem até Trindade e ao abrir os olhos não conseguiu conter:
– UWOU! Quer me matar do coração?
– Achei que a beleza não te incomodasse… – Joanna disse, sorrindo.
– Não. Não incomoda. Mas às vezes, assusta. O quê que aconteceu?
– Aquele convite ainda está de pé?
– Bom, convite não se retira, mas o que houve? E o seu pessoal?
– Ah, me estressei com a Dani. Minha irmã. Aquela loirinha que fica pendurada no namorado o tempo todo.
– Hum, essa que está entrando no ônibus agora?
Joanna inclinou a cabeça pra fora do corredor do ônibus e ao voltar à posição normal, a expressão do seu rosto era de estar muito chateada. A irmã parou ao seu lado e tentou controlar o tom da voz. Márcio percebeu que ela também não estava nada à vontade:
– Jô, pára de criancice e vamos logo que está todo mundo esperando.
– Daniela, eu tenho 23 anos, não estou bêbada nem drogada. Se eu disse que vou pra Trindade e amanhã encontro vocês aqui, acho que não sou bem eu que estou bancando a criancinha não.
A outra garota tinha uma expressão do tipo “mas você nem conhece esse cara, como pode se meter numa maluquice dessas?” Joanna conhecia bem a irmã. e logo disse:
– Ah sim. Dani esse é o Márcio. Márcio, essa é a Daniela. Minha irmã caçula que tem a síndrome de quero ser a irmã mais velha – Márcio até se mexeu na poltrona, com a intenção de cumprimentá-la, mas percebeu que seria ignorado, já que ela nem olhou pra ele – E eu já te falei que ele é bacana. Quem lê Hemingway não pode ser mal.
O motorista ligou o motor do ônibus, anunciando que ia sair logo.
– Você vai continuar com essa palhaçada? – perguntou a irmã.
– Dani quer saber, estou de saco cheio dessa palhaçada de você se meter o tempo todo no que eu faço ou deixo de fazer. Porra, enche o saco dizendo que eu não posso fumar meu bagulho porque o cheiro te enjoa, porque infesta o ambiente. E, no entanto fica lá trepando com o seu namorado o tempo todo, sem se importar se isso incomoda os outros ou não. Assim como às vezes, exagero na maconha, você exagera com o Marcos. Então ficamos assim, você trepa à vontade, eu fumo à vontade e amanhã vamos todos embora. Felizes e contentes.
Márcio não sabia se pedia licença pra sair do meio daquela confusão pelo caminho normal ou se saia logo pela janela mesmo. O rosto de Daniela ficou tão vermelho que ele deduziu que era uma mistura de vergonha, raiva e insanidade. Ela estava preste a explodir. Literalmente. Para sorte – e alívio dos três – o motorista ligou o motor do ônibus. Sinal de que sairiam logo. Deu as costas e disparou para a porta de saída do ônibus com a cabeça baixa. Joanna voltou-se para ele e, como se não tivesse acontecido nada, perguntou:
– E você tem algo contra?
– Contra trepar e fumar? Imagina…
– Ah você entendeu. Lá é tranqüilo?
– Hum veja bem, lá é super tranqüilo. Mesmo nos feriados e no verão, quando não cabe mais ninguém, continua chegando gente. E não me lembro de ter visto nenhuma briga por lá. Ah espero que o seu fumo esteja bem guardado, porque geralmente tem uma viatura da polícia revistando o pessoal, assim que a gente pega o acesso pra lá. Embora não acredito que eles não revistem ônibus, é melhor não facilitar.
Quando o ônibus saiu, Joanna ainda olhou pela janela, se debruçando um pouco em cima de Márcio. Viu sua irmã com o resto do grupo e deu um tchau. Podia se dizer que era um aceno debochado. A irmã da calçada, respondeu com um aceno mais direto, levantando a mão direita e erguendo o dedo do meio.

O ônibus seguia seu trajeto e os dois estavam com as cabeças encostadas nas poltronas, quase de frente um pro outro. Pareciam estar com o pensamento longe por causa do olhar vago, mas na verdade tentavam adivinhar o que o outro estava pensando. Marianna falou:
– Márcio, preciso te falar que embora eu tenha sido, como vou dizer… “atirada”, acho que a gente deve que conversar. Eu sou sincera pra caramba e por isso espero que os outros também sejam. E meio maluca também de ir pra um lugar que não conheço com alguém que mal acabei de conhecer. Não sou nenhuma vadia que sai transando por ae a torto e a direito. É que estou precisando de companhia porque levei um pé na bunda há duas semanas e minhas idéias ainda estão um tanto confusas. Então não quero saber de compromisso tão cedo. Mas isso também não tem como a gente escolher, né? Bom, finalizando, se tiver que rolar alguma coisa, tudo bem. Porque você até que é bonitinho. E como eu disse, quem lê Hemingway só pode ser gente boa.
– Tranqüilo. E eu nem ia querer que você viesse se pensasse que você fosse vadia. Se eu quisesse algo assim, não ia percorrer essa distância toda só pra isso. Mas confesso que te achei meio maluca. Além de linda, é claro.
– Ai pára…
– Sério. E seus olhos têm algo que me chamou a atenção, além da cor deles…
– Sei. Todo mundo diz que eu tenho um olhar triste.
– Hum, não diria triste. Pra mim eles parecem… melancólicos! E acho que dá um toque especial no “conjunto”.
– Ah, pára vai. Posso ver o que você estava ouvindo? – ela estica a mão na direção do discman. Ele lhe entrega e ela coloca os fones nos ouvidos e aperta o play. Enya cantando “Wild Child”

Ever close your eyes
Ever stop and listen
Ever feel alive
And you’ve nothing missing
You don’t need a reason
Let the day go on and on
Let the rain fall down
Everywhere around you
Give into it now
Let the day surround you
You don’t need a reason
Let the rain go on and on
What a day
What a day to take to…

Joanna ficou encantada com tudo. Começou a perder o fôlego na descida “Deus me livre”.
– E tem muito mais coisa. Mas acho que não dá pra ver tudo em dois dias.
– Ah, mas com certeza eu vou voltar aqui!
Seguiram para o camping onde Márcio costumava ficar. Rapidamente arrumaram tudo, e só então Joanna prestou atenção nas poucas pessoas que também estavam lá.
– Puta merda, ali o cara naquela barraca apertando um!
– Eu disse que aqui era tranquilo.
– Não. Aqui é o paraíso!
Ela correu pra dentro da barraca e logo depois saiu e sentou na frente da barraca. Márcio sentou ao seu lado e ficou admirando Joanna preparar o cigarro com rapidez.
– Você tem técnica.
– Ôô. A prática leva à perfeição.
Ela acende o cigarro traga várias vezes e entrega a Márcio.
Dez minutos depois, já não estão mais sentados e sim deitados no chão. Márcio levanta com alguma dificuldade e estende a mão para Joanna levantar.
– Acho melhor a gente dar uma volta porque senão daqui a pouco estamos voltando pro Rio e você nem viu nada.
Joanna segurou na mão dele, mas ao ser puxada, perdeu o equilíbrio e foi de encontro a ele. Na verdade os dois perderam o equilíbrio, desabando novamente no chão. Mas agora ela estava em cima dele. Os rostos bem próximos. E então explodiram em gargalhadas.
– Nossa Márcio, você tá muito chapado…
– Mas foi você que caiu em cima de mim.
– E então, tá rolando alguma coisa?
– Provavelmenteesperoquesimcomcerteza.
– Vem, vamos passear e ae você me mostra aquele monte de lugar que falou.
Dessa vez, ela se levanta primeiro e então estende a mão para puxá-lo.
– Vamos. Vamos levar mais pra fumar no caminho…
– Você também trouxe?
– Não. Não preciso. Já conheço alguns malucos e aqui sempre tem. Aqui tem de tudo.
Os dois seguiram em direção ao Caixa-d’aço.

Trindade brindou Joanna com uma noite de céu limpo e enorme. Coberto de estrelas. Haviam mais ou menos dez barracas no camping. E umas seis fogueiras próximo à elas. Alguém tocava Djavan no violão, e um pequeno coro de vozes entoava “Correnteza”. Joanna não acreditava no cenário à sua frente. À sua volta. Parecia montado. Não acreditava que existisse algo assim, tão perfeito. Estava sentada na varanda da barraca quando Márcio voltou do banho. Já haviam comido algumas bobagens e passeado bastante.
– Mas não esqueça que vamos à tal praia dos pelados amanhã, hein?
– Putz você quer mesmo ir lá? Vai ficar mesmo sem roupa mesmo?
– Claro que vou. Se a praia é pra pelado, não vejo sentido em usar nada. Porque? Você tem algum problema? – ela fez um gesto com o indicador e o polegar, perguntando se era pequeno.
– Bom, não ouvi nenhuma reclamação até agora. Meu problema é que não consigo me “controlar” nesse tipo de situação. Ainda mais se você ficar sem roupa mesmo… dae que pra não dar vexame e ser expulso, sou obrigado a ficar deitado de costas pro sol ou dentro d’água o dia todo. E quanto ao tamanho, você poderá conferir amanhã, lá na praia… ou entrar pra barraca comigo.
Eles entram e se sentam no chão. A situação parece estranha. E engraçada. Um querendo pular no pescoço do outro e, no entanto parecendo embaraçados. Márcio pede para ela diminuir o gás do lampião que está mais próximo dela, mas ela diz que não sabe mexer naquilo. Ele se estica um pouco e deixa o interior da barraca com uma claridade mínima. O suficiente para Joanna vê-lo se sentar novamente e então aproximar seu rosto do dela. Nenhum dos dois falou mais nada. O cenário ficou mais inacreditável ainda. Tudo estava ótimo. Calmo. Suave. Joanna não entendia o que era “aquilo” que invadia seu peito, inflando, parecendo que ia explodir. Achou que devia ser a tal felicidade que sempre ouviu. Ou algo bem próximo disso.
O som que vinha lá de fora agora era “Nem um dia” do Djavan.
Ela parecia querer experimentar todas as sensações possíveis, já que uma hora depois – de uns baseados e meia garrafa de tequila, estava com Márcio dentro da água. Pelados. Ela disse que queria fazer a céu aberto e realmente sentiu tudo de novo. Diferente de novo. O mundo parecia rodar. Não sabia mais se ainda estavam na água, na areia, na barraca ou na rua principal da Vila. Só não queria mais sair dali. Nunca mais. Joanna procurou gravar aquele momento no lugar mais seguro de sua memória, para o caso de nunca mais voltar a sentir aquilo tudo de novo, ter a certeza de que existe ela sentiu um dia.

No dia seguinte, tomaram café e foram para a Praia da Figueira. Márcio comparava Joanna com uma criança de três ou quatro anos, que anda pelada em qualquer lugar sem se importar com pudor. E Joanna se divertia com Márcio olhando pro céu, pra não reparar nela ou nas outras mulheres que estavam lá sem roupa. Mesmo assim ele teve que correr pra água várias vezes.
Almoçaram e desmontaram tudo. Os olhos de Joanna agora pareciam mais melancólicos ainda, agora que se anunciava a despedida daquele fim de semana maravilhoso. Chegaram em Parati e logo Joanna encontrou sua irmã e seus amigos. Daniela procurou agir como se não tivesse acontecido nada, já que estava estampado no sorriso de Joanna o quanto tudo havia sido bom.
Os dois voltaram juntos, abraçados e sonolentos até o Rio de Janeiro. Despediram-se na Rodoviária.
- Bom, então é isso. A gente se vê.
- Claro. Ainda mais que eu tenho que te devolver o livro…
- Não. A gente se vê de novo, mas fica com o livro de presente. Já que ganhei um presente maravilhoso desses, é minha obrigação retribuir.
Joanna enlaçou o pescoço dele com os braços e deram um beijo demorado.
- Imagina. Você também foi um presente excelente. Tchau.
- Tchau.

E assim os dois partiram. Voltando às suas vidas normais.
Dois dias se passaram desde o adeus na rodoviária, quando Márcio atendeu o telefone. Desligou o “canal” que o fez rever todos os momentos que passaram juntos e prosseguiu com a conversa:
– Sou todo ouvidos.
– É que infelizmente a gente não pode se ver mais…
Márcio não esperava aquilo. Sentiu como se tivesse sido atropelado por um ônibus e jogado longe.
– Hã? O…o que foi? Foi alguma coisa que eu fiz? Falei alguma besteira?
– Não! Não pensa nisso. Você foi ótimo. Você é ótimo – ela fez uma pausa e tomou fôlego – É que eu voltei com meu namorado…

® Postado no Blog antigo em 04.12.2004

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